segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Capítulo Vinte

Fui pra geladeira. Tinha que esquecer pelo menos por um instante isso tudo. Procurei chocolate, mas não tinha. Então peguei uma garrafinha de vodca. E depois outra, e outra... Até que elas acabaram. Já estava bem “alegre” quando me lembrei de uma garrafa de uísque que eu tinha comprado a uns dias. Depois de algum tempo debruçada na mesa, me lembrei da Manu. Não podia aparecer na casa dela daquele jeito, mas tinha de dar o presente que eu comprei. Liguei no celular dela mas ela não atendeu. Resolvi ir na casa dela, avisar que não iria mais. Fui para o ponto de táxi, esperei por  um bom tempo, mas nenhum apareceu. Voltei e peguei meu carro [ATENÇÃO: JAMAIS DIRIJA DEPOIS DE BEBER]. Ainda era de tarde, as blitz não tinham começado (com sorte) e eu fui ótima  nos testes da auto escola. Era só ter cuidado que eu chegaria lá. Toquei a campainha.Prima da Manu: Boa tarde.
Eu: Boa tarde, a Manu tá aí?
Prima da Manu: Tá sim pode entrar. Ela tá na cozinha.
Segui até lá e ouvi várias vozes. Coloquei meus óculos escuros de volta, não queria ninguém, nem mesmo ela me perguntando o que tinha acontecido, porque eu tava chorando.
Eu: Boa tarde.
Manu: Oi Mile, senta aqui. Porque você não me avisou que vinha?
Eu: Eu liguei pro seu celular, mas acho que você não viu. A gente pode conversar? Se eu não for atrapalhar.
As meninas saíram da cozinha.
Eu: Eu vim te desejar feliz aniversário e trazer seu presente.
Manu: Mas porque cedo assim? Mais tarde a gente vai fazer uma festa, vai ser bem legal.
Eu: Eu não vou vir.
Manu: Porque?
Eu: Eu não tô legal, mas deixa pra lá, hoje é seu aniversário
Manu: O que aconteceu Mile?
Tirei os óculos escuros.
Eu: O Leo terminou comigo.
Ela me abraçou.
Manu: Mas, por quê?
O Luan entrou na cozinha. Tomei um pequeno susto ao vê-lo e coloquei meus óculos de volta.
Eu: Eu não sei. Quando eu acordei, ele tava pegando as coisas dele. Só me disse isso e foi embora. Eu não sei por quê. A gente tinha tantos planos, sabe? Eu não entendi. Mas tudo bem, eu não vim aqui pra isso. Só vim aqui pra... te dar seu presente, dar parabéns... Eu vou  pra casa.
Manu: Não, fica aqui Mile. Você bebeu, fica aqui um pouco.
Eu: Eu só bebi um pouquinho, não tem problema.
Manu: Se fosse só um pouquinho eu não tinha percebido. Vai ficar aqui sim.
Eu: Tenho que ir. O Eduardo vai me ligar, eu deixei o celular em casa.
Luan: Fica aqui Camile, você não pode dirigir assim.
Eu: Mas eu tenho que ir. Se eu vim até aqui eu consigo voltar.
Manu: Eu não vou deixar você voltar assim. E se a polícia pega você? Quer que eu chame um táxi?
Eu: Ninguém vai me pegar. E não precisa de táxi, eu volto sozinha.
Manu: Então eu te levo teimosa. Se você quer ir eu te levo.
Eu: Manu é seu aniversário, suas primas tão aí, eu não quero ser aquela amiga chata que estraga tudo. Se bem que eu já sou.
Luan: Então eu te levo.
Eu: Não precisa gente, eu tô bem.
Manu: Precisa sim. Escolhe: ou você fica aqui em casa ou o Luan te leva.
Eu: Eu tenho de ir pra casa mas não precisa ninguém me levar.
Luan: Você quer ir, eu te levo então.
Eu: Mas e meu carro?
Luan: Depois você pega.
Eu: Mas a Manu vai ficar sozinha.
Manu: Eu não vou ficar sozinha. Luan, leva ela já que ela quer tanto ir.
Eu: Tá, tá, tudo bem. Mas da próxima vez, atende o celular.

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