Mas enfim, o sábado chegou e a Betina não falava de outra coisa. Ela tava superanimada, e eu também. Mas talvez por causa do estresse e não conseguisse demonstrar. Fui pra São Paulo à tarde. A Betina levou uns quinhentos vestidos e quase teve um colapso nervoso na dúvida de qual escolher.
Eu: Betina, você fica linda até toda suja de lama, para!
Betina: Rosa ou creme? Me ajuda vai!
Eu: Rosa.
Betina: Ah, mas eu queria o creme.
Eu: Então usa o creme.
Betina: Mas o rosa tem esses detalhes aqui, é tão fofinho!
Eu: Você tá me deixando nervosa sabia?
Betina: Vou com o creme mesmo.
Ela acabou indo com o vestido rosa.
Cantamos, dançamos e nos encantamos como qualquer Luanete ali presente. Foi mais do que especial, nós nos divertimos muito. Mas ver ele de novo, mesmo que do camarote, me deixou balançada. Não era somente como Luanete, aliás, esse amor que eu sempre senti ainda estava ali, só que era meio diferente.
Voltamos pro hotel cansadas de tanto pular e dançar, quase que uma carregando a outra.
Betina: Que show perfeito!
Eu: Porque será que essa é a frase que todo mundo fala depois do show do Luan?
Betina: É, porque será né?
Rimos.
Enquanto passávamos pela recepção a Betina não parava de olhar para os lados.
Eu: O que foi?
Betina: Nada.
Eu: Parece que você tá procurando alguém... Marcou com quem?
Betina: Com ninguém, é que... Eu achava que o Luan tava hospedado aqui.
Eu: Ah, você achava... Você quer... Quer ver ele?
Betina: Eu? Não, reservei aqui por outra coisa.
Eu: Foi por causa dele. Você tá em outro lugar, porque você ia reservar um quarto num hotel diferente?
Betina: Não foi por causa disso, eu... Tá foi por causa do Luan, mas não por mim.
Eu: Como assim?
Chegamos no quarto.
Betina: Se lembra quando a gente descobriu que o número dele tava errado? Nos primeiros minutos você pareceu não se importar, mas mais tarde eu te escutei chorando e fiquei com você a noite toda. Lembra?
Eu: Ninguém gosta de ser passageiro, de ser só mais um. Mas o que isso tem a ver?
Betina: Depois foi a minha vez de abraçar o Luan, mas tava tão... Tão emocionada que nem me lembrei de falar nada.
Eu: Como assim você ia falar?
Betina: Ia. Provavelmente você ia me matar depois, mas eu tinha de falar. Só que não vinha nada na minha cabeça a não ser aquele momento.
Eu: Comigo também foi assim.
Betina: E agora que a gente sabe que tudo foi um mal entendido eu achei que vocês podiam, sei lá, se acertar.
Eu: Betina, já passou, já foi. O tempo não vai voltar, por mais que a gente queira.
Betina: Tá. Mas ele nem tá aqui, eu acho. Eu vou tentar esquecer. Tentar.
Eu não sabia que a Betina achava que eu e o Luan poderíamos ficar juntos algum dia. Mas isso não iria acontecer, algo dentro de mim me dizia isso.
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