sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Capítulo Vinte e Três

Sete meses se passaram. Algumas (ou muitas, depende de como você vê) brigas com o Leo aconteceram, nenhuma se tornou pública mas eu sempre acabava chorando no final. Ele tentou levar a cafeteira uma vez, mas eu ameacei fazer um escândalo se ele chegasse perto dela. Ele me devolveu a chave pelo Edu e disse que eu era uma louca. Nunca mais apareceu na minha frente, mas ficou postando frases no Twitter que eu sabia que eram pra mim, mas eu preferia seguir a máxima do “A melhor resposta é aquela que não se dá.” Falando de coisas boas, a Betina estava a um passo de abrir sua própria grife. O esforço de tantos anos finalmente daria resultado, aquele era o seu sonho desde criança. E a novela estava em seus últimos meses e a todo vapor. Quase que não tinha um dia sem gravação, principalmente porque a Juliana (minha personagem) tinha um segredo prestes a ser revelado e tava tudo a maior tensão. Mas uma coisa havia  mudado: eu não conseguia ser a mesma com a Manu. Por causa do que aconteceu com o Luan (que eu evitei tanto que não tinha mais visto) e porque eu a flagrei sendo falsa comigo de novo. Mas o pior era que eu não podia reclamar. Voltei a achar que ela era mais uma nojentinha como tantas por aí. Mas isso não mudava o fato de que eu tinha que vê-la todos os dias.
Aquela rotina já estava me irritando em certo ponto. Ser gentil o dia todo com alguém que eu sabia que não gostava de mim, entrar n Twitter e ver o Leonardo me mandando indiretas e nas horas livres gastar meus créditos enviando sms pra ele dizendo o quanto eu o odiava. Estava acontecendo. Eu ia ficar sozinha de novo.

*no telefone*
Betina: Amigaaaa adivinha o que eu fiz?
Eu: O que?
Betina: Como eu queria fazer surpresa, tive de ligar pro Eduardo pra saber se você ia tá livre no sábado, daí eu liguei pra um hotel e reservei um quarto. Mas posso reservar outro se você não quiser dividir comigo.
Eu: Peraê Betina, você tá falando de que?
Betina: Calma, tô chegando lá. Fiquei sabendo que nesse sábado vai ter um show incrível em Sampa, Comprei os ingressos, reservei o quarto. Só falta a gente ir.
Eu: Em São Paulo??? Mas, show de quem?
Betina: Do Luan. Eu sei que vocês são amigos e não precisava tudo isso, mas eu queria recordar. Lembra quando você me arrastava pros shows do Luan? Daí eu comecei a ser fã... Sinto tantas saudades!
Eu: A gente não é tão amigo assim Tina. (não?) E eu tava querendo descansar.
Betina: Por favor! Sabe quanto tempo tem que a gente não se vê? Você tem que se divertir, e tem séculos que você não vai num show dele. Vai, eu sei que tem uma Luanete morrendo de vontade de ir, aí dentro.
Eu: Tá Betina, eu vou.
Betina: AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! Sério? Mas não conta pra ninguém tá? Nem pra ele! Tem que ser nosso momento de recordar. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! Mas não conta pra Malanu.
Ri.
Eu: Você acha que eu vou contar porque? Não falo com ele desde o aniversário da Mala... Quer dizer, dela. E é o nosso momento mesmo, porque cargas d’água eu ia falar com ela? – ri – Mas agora eu tenho de desligar tá? Depois eu te ligo. Tchau.
Betina: AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! – risos – Tchau.

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