Leo: Bê, já tô descendo.
Eu: Tá, só vou pegar meus brincos com a Manu.
Fui até o quarto, que estava vazio e mesmo assim resolvi pegar meu nécessaire de volta. Assim que eu achei, o Luan entrou no quarto.
Eu: Eu só vim pegar meus brincos.
Luan: Tudo bem, eu não vou te denunciar por invasão de privacidade – Rimos – Eu só vim pegar meu celular.
Celular me lembrava duma coisa que eu tinha de perguntar. Sabe lá Deus quando estaríamos sozinhos novamente.
Eu: Luan, você lembra de mim?
Putz cara, como eu tive coragem de perguntar isso na cara dura? E se ele dissesse não, com que cara eu ia ficar, que desculpa eu ia dar? E se ele dissesse sim, que diferença faria depois de tanto tempo? Ele chegou bem perto de mim e falou em meu ouvido:
-Não tem como esquecer uma noite daquelas.
Senti meu corpo arrepiar e sua boca passar bem perto da minha. Ele se virou pra sair do quarto.
Luan: A propósito, você está linda.
DROGA, DROGA, DROGA! O que eu tava fazendo? Era o Luan! O Luan que eu desejei por tanto tempo, o Luan que mesmo sem querer, me fez chorar. O Luan que ainda se lembrava da noite mais perfeita da minha vida! O Luan que me deu o número errado, pois é. Me recompus e desci tentando parecer o mais normal possível.
Eu: Só faltava eu? Já cheguei, vamos?
Luan: Espera, deixa eu tirar uma foto pra botar no Instagram.
“Viciado” pensei. Assim que o Luan postou a foto, pegamos um táxi e fomos pra balada. A única coisa que eu queria fazer era dançar, dançar e dançar.
Tentei não olhar pra cara do Luan. Estava com raiva dele. Ainda por causa do bendito número errado.
Estava na hora de ir embora e eu ainda estava querendo dançar mais, ir além dos meus limites, até onde fosse possível ir.
Leo: Bê, vamos pra casa. Você já bebeu demais.
Eu: Eu não quero ir agora.
Leo: Camile, vamos.
Eu: EU NÃO QUERO LEO, ME DEIXA! – Gritei com ele. Ele segurou em meu braço, tentando me levar pra fora.
Eu: Me larga Leo, eu não quero ir.
Fiz birra, mas ele conseguiu me levar pra fora onde o Luan e a Manu nos esperavam.
Leo: Entra aí.
Eu: Eu já falei pra você me largar, droga!
Entrei no táxi mesmo contra a minha vontade e me calei durante todo o percurso até em casa. Mergulhei embaixo do chuveiro assim que eu cheguei. As lágrimas que caíam se misturavam com a água que caía sobre a minha cabeça. O que eu fiz? Sabia que não podia beber demais, eu sempre fazia algo errado. Qual crime eu cometeria se fosse embora quando o Leo falou? Tudo bem que eu odiava que ele achasse que mandava em mim, mas quebraria algum osso fazer boa impressão pelo menos?
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