Cheguei no local marcado na hora certa. A maioria das
pessoas já estavam lá. E claro, o André fez questão que eu me sentasse de
frente pra Manu, já que o Luan estava ao lado dela. Quero dizer, na festa de
lançamento, fui sozinha porque o Leo tinha um compromisso. E na de
encerramento, fui sozinha porque eu não tinha um compromisso. Super legal né?
(Tava vestida assim)
(Tava vestida assim)
Recebi um sms do Luan. “A gente tem que conversar.”
Olhei pra ele, confusa.
Depois de um tempo, a Manu foi no banheiro. Ele se
levantou e fez um sinal disfarçadamente pra que eu seguisse ele. Contei
pausadamente até dez e me levantei. Fui atrás dele até o lado de fora, num
canto escondido.
Luan: Eu...
Eu: Antes de
qualquer coisa, eu quero te pedir desculpas.
Luan: Pelo
que?
Eu: Por sair
do quarto aquele dia sem nem dar tchau.
Luan: Não, eu
que tenho que te pedir desculpas por fazer você ficar.
Eu: Luan, olha
o meu tamanho. Se eu não quisesse ficar eu não ficava. Pra começar, eu nem
devia ter ido no seu quarto. Você... Se arrependeu, não foi?
Luan: Nem um
pouco. Se eu pudesse, faria tudo de novo.
Ele me apertou contra a parede.
Eu: Aqui não
Luan, afasta um pouquinho, alguém pode ver.
Luan: Onde?
Eu: É
perigoso. Se a Manu descobrir...
Luan: Xiiiu...
Ela não vai descobrir.
Eu: Tem como
você ir na minha casa?
Luan: Amanhã
cedo, antes de viajar eu passo lá. Mas quero você cheia de energia tá? (risos)
Eu: Hm... Bom
saber.
Luan: Espera
um pouco e volta.
Eu: Ei, o que
você queria falar comigo?
Luan: Nada
demais. Só queria saber se você tava livre amanhã, mas já que tá...
Ele entrou.
Eu: Camile,
você sabe que não vai dar certo né? Sua louca. Tá, mas vai ser só dessa vez. Só
essa. E para de falar sozinha.
Voltei pra dentro. Ninguém desgrudava os olhos da
televisão. No fim, aplausos para todos, tudo na novela saiu mais do que
perfeito. E eu até que gostei de virar vilã nos últimos capítulos. (risos)
Quando acabou, fui pra casa. Se eu dormi? É lógico que
não. Fiquei martelando na minha cabeça: “Isso não tá certo, isso não tá certo.”
Mas eu queria tanto ele, nem que fosse por pouco tempo, por mais errado que
fosse.
Me revirei na cama o tempo todo. Desse jeito não sobraria
energia. Ri lembrando do que ele falou.
Eu: Café. Eu
preciso de café.
Alguns toques no botão e tudo feito. Fui no banheiro. Já
estava com olheiras!?! Não, não e não. Liguei a tv. Nada além daqueles desenhos
estranhos. Porque não amanhecia logo? O sol tava contra mim? E se eu sumisse? E
se, e se, e se... Minhas ideias sobre o que poderia dar errado envolvia até
duendes e unicórnios. Desenhos demais, desliguei a tv.
Nada do que foi ensaiado na frente do espelho foi feito,
nenhuma das minhas ideias loucas se concretizou. Mas foi muito mais do que
perfeito. Cada toque, cada olhar, cada beijo... Todo o desejo que sentíamos um
pelo outro foi extravasado aquela manhã. E eu queria que ela se prolongasse
pelo resto do dia, mas ele tinha que ir e eu não podia querer ficar por mais
tempo com alguém que não era meu.
Luan: Tchau.
Ele me deu um selinho.
Eu: Tchau Lu.
Fechei a porta e senti uma lágrima insistindo em cair.
Era isso? Acabou? Voltei para a cama e abracei os lençóis tentando ainda
encontrar um vestígio do seu cheiro ou algo dele que fizesse com que eu o
sentisse presente. Senti mais lágrimas caindo. Mas afinal, o que era aquilo que
eu sentia que me fazia cometer loucuras como aquela?

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