quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Capítulo Vinte e Nove


Cheguei no local marcado na hora certa. A maioria das pessoas já estavam lá. E claro, o André fez questão que eu me sentasse de frente pra Manu, já que o Luan estava ao lado dela. Quero dizer, na festa de lançamento, fui sozinha porque o Leo tinha um compromisso. E na de encerramento, fui sozinha porque eu não tinha um compromisso. Super legal né?
(Tava vestida assim)

Recebi um sms do Luan. “A gente tem que conversar.”
Olhei pra ele, confusa.
Depois de um tempo, a Manu foi no banheiro. Ele se levantou e fez um sinal disfarçadamente pra que eu seguisse ele. Contei pausadamente até dez e me levantei. Fui atrás dele até o lado de fora, num canto escondido.
Luan: Eu...
Eu: Antes de qualquer coisa, eu quero te pedir desculpas.
Luan: Pelo que?
Eu: Por sair do quarto aquele dia sem nem dar tchau.
Luan: Não, eu que tenho que te pedir desculpas por fazer você ficar.
Eu: Luan, olha o meu tamanho. Se eu não quisesse ficar eu não ficava. Pra começar, eu nem devia ter ido no seu quarto. Você... Se arrependeu, não foi?
Luan: Nem um pouco. Se eu pudesse, faria tudo de novo.
Ele me apertou contra a parede.
Eu: Aqui não Luan, afasta um pouquinho, alguém pode ver.
Luan: Onde?
Eu: É perigoso. Se a Manu descobrir...
Luan: Xiiiu... Ela não vai descobrir.
Eu: Tem como você ir na minha casa?
Luan: Amanhã cedo, antes de viajar eu passo lá. Mas quero você cheia de energia tá? (risos)
Eu: Hm... Bom saber.
Luan: Espera um pouco e volta.
Eu: Ei, o que você queria falar comigo?
Luan: Nada demais. Só queria saber se você tava livre amanhã, mas já que tá...
Ele entrou.
Eu: Camile, você sabe que não vai dar certo né? Sua louca. Tá, mas vai ser só dessa vez. Só essa. E para de falar sozinha.
Voltei pra dentro. Ninguém desgrudava os olhos da televisão. No fim, aplausos para todos, tudo na novela saiu mais do que perfeito. E eu até que gostei de virar vilã nos últimos capítulos. (risos)
Quando acabou, fui pra casa. Se eu dormi? É lógico que não. Fiquei martelando na minha cabeça: “Isso não tá certo, isso não tá certo.” Mas eu queria tanto ele, nem que fosse por pouco tempo, por mais errado que fosse.

Me revirei na cama o tempo todo. Desse jeito não sobraria energia. Ri lembrando do que ele falou.
Eu: Café. Eu preciso de café.
Alguns toques no botão e tudo feito. Fui no banheiro. Já estava com olheiras!?! Não, não e não. Liguei a tv. Nada além daqueles desenhos estranhos. Porque não amanhecia logo? O sol tava contra mim? E se eu sumisse? E se, e se, e se... Minhas ideias sobre o que poderia dar errado envolvia até duendes e unicórnios. Desenhos demais, desliguei a tv.

Nada do que foi ensaiado na frente do espelho foi feito, nenhuma das minhas ideias loucas se concretizou. Mas foi muito mais do que perfeito. Cada toque, cada olhar, cada beijo... Todo o desejo que sentíamos um pelo outro foi extravasado aquela manhã. E eu queria que ela se prolongasse pelo resto do dia, mas ele tinha que ir e eu não podia querer ficar por mais tempo com alguém que não era meu.
Luan: Tchau.
Ele me deu um selinho.
Eu: Tchau Lu.
Fechei a porta e senti uma lágrima insistindo em cair. Era isso? Acabou? Voltei para a cama e abracei os lençóis tentando ainda encontrar um vestígio do seu cheiro ou algo dele que fizesse com que eu o sentisse presente. Senti mais lágrimas caindo. Mas afinal, o que era aquilo que eu sentia que me fazia cometer loucuras como aquela?

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