(De volta ao Rio)
Edu: Então você
vai mesmo?
Eu: Vou.
Mas... É só por algum tempo.
Edu: Você mal
começou a desfrutar do sucesso, do prestígio que você finalmente teve depois de
tanto trabalho.
Eu: Às vezes
por causa de um sonho, você tem que pelo menos dar pausa em outro. Ah, não vai
ser pra sempre, para de drama! Eu vou voltar, só preciso de um tempo pra curtir
a melhor fase da minha vida.
Edu: Dar
pausa. Pra limpar fralda suja. É, um dia eu vou lá te ver fazendo isso.
Eu: Acho que
essa parte de fralda eu não vou curtir muito não.
Rimos.
Edu: Nossa,
três fraldas. Como eles vão mamar?
Eu: Mamando.
Edu: Mas você só
tem dois...
Eu: Eu sei.
Edu: Não
entendo nada de bebês.
Eu: Eu vou ter
que começar a entender. Mas vai ser bom.
Edu: Você
passou um bom tempo aturando bêbado chato, cliente sem-noção... Três bebês e
dois peitos vai ser moleza. –rimos- Primeiro a Betina, agora você... Vocês tão
me abandonando. –Ele fez bico.- Eu sinto falta de quem a gente era há alguns
anos. A gente se empanturrava de pizza no domingo de noite e se matava na
academia o resto da semana. Sem falar de quando você e a Betina sumiam atrás do
Luan Santana e eu ficava que nem um besta preocupado.
Eu: Sempre
vamos ser amigos. Nossa amizade é muito mais forte do que a distância entre o
Rio, São Paulo e Londrina. Muito mais. Vai, se anima.
Peguei uma almofada e bati na cabeça dele. Institivamente
ele pegou outra pra revidar.
Eu: Você vai
bater em uma mulher grávida?
Edu: Sabia que
você ia usar isso em sua defesa. – comecei a rir. – Tá, vai rindo. Você não vai
ficar grávida pra sempre.
Eu: Você não pode
me bater.
Edu: Só hoje você
vence. Porque você sempre pede pra parar quando eu começo uma guerra de
travesseiros.
Eu: Vou na
delegacia te denunciar. –ri.
Edu: Vocês vão
se casar?
Eu: Quem?
Edu: A pulga e
o percevejo.
Eu: Torce,
retorce, procuro mas não vejo...
Edu: Camile, é
sério.
Eu: Foi você quem
começou. Ah, sei lá. A gente se ama e é o que importa.
Edu: Você tem
medo?
Eu: De que?
Edu: É que
nenhuma das experiências que você teve com família foram muito boas.
Eu: O Luan não
é igual ao meu pai.
Edu: Tá. Mas
qualquer coisa, você grita.
Eu: E como eu
vou gritar. Cê não tem ideia de quanto grito eu dou com o Luan. –ri.
Edu: Aff.
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