terça-feira, 25 de setembro de 2012

Capítulo Sessenta



(De volta ao Rio)
Edu: Então você vai mesmo?
Eu: Vou. Mas... É só por algum tempo.
Edu: Você mal começou a desfrutar do sucesso, do prestígio que você finalmente teve depois de tanto trabalho.
Eu: Às vezes por causa de um sonho, você tem que pelo menos dar pausa em outro. Ah, não vai ser pra sempre, para de drama! Eu vou voltar, só preciso de um tempo pra curtir a melhor fase da minha vida.
Edu: Dar pausa. Pra limpar fralda suja. É, um dia eu vou lá te ver fazendo isso.
Eu: Acho que essa parte de fralda eu não vou curtir muito não.
Rimos.
Edu: Nossa, três fraldas. Como eles vão mamar?
Eu: Mamando.
Edu: Mas você só tem dois...
Eu: Eu sei.
Edu: Não entendo nada de bebês.
Eu: Eu vou ter que começar a entender. Mas vai ser bom.
Edu: Você passou um bom tempo aturando bêbado chato, cliente sem-noção... Três bebês e dois peitos vai ser moleza. –rimos- Primeiro a Betina, agora você... Vocês tão me abandonando. –Ele fez bico.- Eu sinto falta de quem a gente era há alguns anos. A gente se empanturrava de pizza no domingo de noite e se matava na academia o resto da semana. Sem falar de quando você e a Betina sumiam atrás do Luan Santana e eu ficava que nem um besta preocupado.
Eu: Sempre vamos ser amigos. Nossa amizade é muito mais forte do que a distância entre o Rio, São Paulo e Londrina. Muito mais. Vai, se anima.
Peguei uma almofada e bati na cabeça dele. Institivamente ele pegou outra pra revidar.
Eu: Você vai bater em uma mulher grávida?
Edu: Sabia que você ia usar isso em sua defesa. – comecei a rir. – Tá, vai rindo. Você não vai ficar grávida pra sempre.
Eu: Você não pode me bater.
Edu: Só hoje você vence. Porque você sempre pede pra parar quando eu começo uma guerra de travesseiros.
Eu: Vou na delegacia te denunciar. –ri.
Edu: Vocês vão se casar?
Eu: Quem?
Edu: A pulga e o percevejo.
Eu: Torce, retorce, procuro mas não vejo...
Edu: Camile, é sério.
Eu: Foi você quem começou. Ah, sei lá. A gente se ama e é o que importa.
Edu: Você tem medo?
Eu: De que?
Edu: É que nenhuma das experiências que você teve com família foram muito boas.
Eu: O Luan não é igual ao meu pai.
Edu: Tá. Mas qualquer coisa, você grita.
Eu: E como eu vou gritar. Cê não tem ideia de quanto grito eu dou com o Luan. –ri.
Edu: Aff.

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