Logo chegamos à casa amarela com a qual eu logo me
acostumaria.
Luan: Você já
sabe quais são os móveis, como eles estão que vai ser a surpresa.
Eu: O que você
fez com os móveis?
Ele abriu a porta.
Luan: Nada.
Entramos. Estava tudo montado, mas as coisas miúdas, que
escolhemos para a decoração e as nossas coisas ainda estavam em caixas.
Luan: É que
essas coisas é melhor a gente arrumar do nosso jeito.
Eu: Você pensa
em tudo né?
Luan: Nem
tudo. Mas vamos?
Eu: Mas... Por
onde a gente começa?
Luan: Por
aqui, pela sala.
Animados, arrumamos tudo.
Eu: Tá torto
Lu.
Luan: Pra que
lado?
Eu: Esquerda.
Luan: Mas o
quadro tá mais torto ainda.
Eu: Mais pra
lá. Pera. Aí, tá vendo? Quatro mãos são melhores do que duas.
Luan: Tá.
Agora vamo pra cozinha.
Eu:
Luaaaaaaaaan do céu, você lembrou de comprar comida?
Luan: Calma muié,
eu lembrei sim. Quer dizer, não fui eu né, mas é como se fosse.
Eu: Já sei. Se
sua mãe não tivesse lembrado, você nem lembraria.
Luan: É, mais
ou menos. Vamo logo que você é muito esperta.
Eu: Espera.
Fica aqui na sala, conta até sessenta devagar e vai.
Luan: Por quê?
Eu: Cê vai
ver.
Peguei minha bolsa, corri até a cozinha e coloquei os
sapatinhos em cima da mesa da cozinha.
Luan:
QUARENTA.
Voltei pra sala.
Eu: Não
precisa mais contar.
Tapei os olhos dele com as mãos e o levei até a cozinha.
Luan: Onde cê
tá me levando?
Eu: Tamo quase
lá.
O coloquei em frente a mesa e soltei as mãos devagar. Ele
abriu os olhos e viu os sapatinhos enfileirados.
Luan: Dois
rosa, um azul.
Eu: Duas
princesas e dois príncipes.
Luan: Dois?
Eu: É. Sua
alteza.
Rimos.
Ele se abaixou e beijou a minha barriga.
Luan: Coisas lindas
do pai. –Ele se levantou.- Coisa linda da minha vida.