domingo, 30 de setembro de 2012

Capítulo Sessenta e Quatro



Logo chegamos à casa amarela com a qual eu logo me acostumaria.
Luan: Você já sabe quais são os móveis, como eles estão que vai ser a surpresa.
Eu: O que você fez com os móveis?
Ele abriu a porta.
Luan: Nada.
Entramos. Estava tudo montado, mas as coisas miúdas, que escolhemos para a decoração e as nossas coisas ainda estavam em caixas.
Luan: É que essas coisas é melhor a gente arrumar do nosso jeito.
Eu: Você pensa em tudo né?
Luan: Nem tudo. Mas vamos?
Eu: Mas... Por onde a gente começa?
Luan: Por aqui, pela sala.
Animados, arrumamos tudo.
Eu: Tá torto Lu.
Luan: Pra que lado?
Eu: Esquerda.
Luan: Mas o quadro tá mais torto ainda.
Eu: Mais pra lá. Pera. Aí, tá vendo? Quatro mãos são melhores do que duas.
Luan: Tá. Agora vamo pra cozinha.
Eu: Luaaaaaaaaan do céu, você lembrou de comprar comida?
Luan: Calma muié, eu lembrei sim. Quer dizer, não fui eu né, mas é como se fosse.
Eu: Já sei. Se sua mãe não tivesse lembrado, você nem lembraria.
Luan: É, mais ou menos. Vamo logo que você é muito esperta.
Eu: Espera. Fica aqui na sala, conta até sessenta devagar e vai.
Luan: Por quê?
Eu: Cê vai ver.
Peguei minha bolsa, corri até a cozinha e coloquei os sapatinhos em cima da mesa da cozinha.
Luan: QUARENTA.
Voltei pra sala.
Eu: Não precisa mais contar.
Tapei os olhos dele com as mãos e o levei até a cozinha.
Luan: Onde cê tá me levando?
Eu: Tamo quase lá.
O coloquei em frente a mesa e soltei as mãos devagar. Ele abriu os olhos e viu os sapatinhos enfileirados.
Luan: Dois rosa, um azul.
Eu: Duas princesas e dois príncipes.
Luan: Dois?
Eu: É. Sua alteza.
Rimos.
Ele se abaixou e beijou a minha barriga.
Luan: Coisas lindas do pai. –Ele se levantou.- Coisa linda da minha vida.

Capítulo Sessenta e Três



No dia seguinte, a Bruna e eu fomos fazer o primeiro exame em Londrina. Levei os exames do médico do Rio, ele os analisou e fez uma outra ultrassom. Eram duas meninas e um menino. Meus olhos brilharam vendo quem era quem e vendo que a Bruna estava empolgada.
Eu: Luan chega daqui a algumas horas. Como eu faço pra falar com ele de um jeito especial?
Bruna: Hm... Já sei.
Ela me levou em uma loja especializada em roupas para bebê. Compramos dois sapatinhos rosa e um azul (nada mais óbvio). No caminho para a saída, me encantei por um vestidinho amarelo com babadinhos. Depois por um rosa, um vermelhinho, um conjunto azul, outro branco... TUDO naquela loja me encantava, mas me controlei.
Meu celular chamou. No visor, “Betina”.
Eu: Oi.
Betina: Mile, que saudade, você tá bem?
Eu: Tô.
Betina: E os bebês?
Eu: Também, graças a Deus.
Betina: E a viagem?
Eu: Foi tranquila.
Betina: Ó, depois eu te ligo, o Rodrigo tá mandando um beijo.
Eu: Manda outro pra ele.
Eu e Bruna voltamos pra casa e eu esperei ansiosa pelo Luan. Tirei os sapatinhos da caixa e os coloquei na minha bolsa, só ia contar pra ele quando finalmente matasse a minha curiosidade.
Quando ele chegou, eu estava tão distraída conversando com a Bruna que só percebi quando ele parou na minha frente.
Eu: Luan!!!
Pulei do sofá, abraçando-o forte.
Luan: Eita, quanta saudade.
Eu: Você não sabe o tanto.
Ele descansou, nós almoçamos e finalmente eu ia ver como estava o nosso canto. Ele pôs o restante de suas coisas no carro, as minhas e se despediu de seus pais e irmã.
D. Marizete: É aqui perto, mas mesmo assim vai ser difícil acostumar sem você aqui.
Luan: Oh Mãe, vai não, a senhora vai ver.
Eles se abraçaram. Percebi que parte do Luan queria ficar ali, com os pais. Acho que se eu tivesse recebido o devido carinho do meu pai, talvez estivesse até hoje em São Paulo agarrada a ele. Se a minha mãe tivesse sido mais forte e fugido daquele inferno assim como eu fiz, talvez estivéssemos juntas e felizes em qualquer canto do mundo. Pensar nisso me fez arrepiar. Mas se qualquer dessas coisas tivesse acontecido talvez eu não tivesse conhecido o Luan.
Luan abraçou o pai e ele lhe contou algo que o fez rir.
Luan: Tchau Bubu. Juízo, hein!?
Bruna: Tenho mais do que você.
Eles riram e se abraçaram. Foi a minha vez de me despedir.
Eu: Tchau Dona... É... Tchau Marizete.
Rimos. Ela me abraçou e fez um pedido baixinho.
D. Marizete: Cuida dele pra mim, tá? Você sabe do que ele gosta, do que ele não gosta... Acho que você vai saber o que fazer.
Eu: Vou cuidar, pode ter certeza de que eu vou cuidar.
D. Marizete: Tchau.
Eu: Tchau. Tchau Seu Amarildo.
S. Amarildo: Tchau nora. Aparece aqui viu?
Eu: É o que eu mais vou fazer.
Rimos.
Eu: Cunhada.
Bruna: Cunhaaada.
Nos abraçamos.
Bruna: Espero que dê tudo certo na surpresa, você é boa nisso.
Eu: Obrigado, vai dar sim.
Bruna: E nem precisa convidar porque eu vou lá sempre te ver.
Rimos.
Luan: Vamos amor?
Eu: Vamo mozão.
Rimos. Entramos no carro e fomos pra nossa casa.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Capítulo Sessenta e Dois



Cheguei à Londrina. Era um lindo dia de maio e já completava cinco meses de gestação. Era incrível como o tempo passava depressa quando eu queria que ele demorasse um pouco mais. Enquanto eu ouvia algumas mães falando que ficaram ansiosas para finalmente ver o seu bebê, não era isso o que eu queria. Queria que eles ficassem comigo pelo maior tempo que fosse possível.
Luan não estava na cidade quando eu cheguei, e como as chaves da nossa casa estavam na mão dele, ficaria na casa de seus pais por uma noite. “Nossa casa.” Pensei. Minha, de Luan e nossos filhos. Estava perdida nesses pensamentos quando ele me ligou.
Luan: Oi amor, tá bem.
Eu: Tô sim.
Luan: E os nossos filhotes?
Eu: Tão ótimos, no quentinho.
Rimos.
Luan: Como foi a viagem?
Eu: Tranquila.
Luan: Tá. Amanhã eu chego.
Eu: Porque você não deixou a chave?
Luan: Quero que você veja a casa comigo.
Eu: Tá, tá bom.
Luan: Tem alguma coisa?
Eu: Não, eu só tô curiosa.
Luan: E a novidade?
Rimos.
Ficamos conversando por um tempo.
Depois, eu desci e fiquei na sala com sua mãe.
D. Marizete: Você tá confortável?
Eu: Tô sim. Obrigado por se preocupar, Dona Marizete.
D. Marizete: De nada. E sem o dona.
Eu: Tá bom.
Ela sorriu.
D. Marizete: Três netos. Tão rápido e de uma vez só.
Rimos.
Eu: É. Mas acho que... foi a hora certa. Nada é por acaso.
Ficamos em silêncio por alguns instantes.
D. Marizete: Sabe que não vai ser fácil, não é?
Eu: Eu sei. Mas tenho tanta vontade de que dê certo, que eu sei que vai dar.
D. Marizete: Família se constrói e se fortifica com o tempo e muito amor. Sei que você é... sozinha, mas quero que você saiba que além de começar a construir uma família, você ganhou uma já feita.
Eu: Obrigado. A senhora não sabe o quanto é bom ouvir isso.
D. Marizete: Vai ser melhor ainda sem o “senhora”.
Eu: Tá. Eu vou parar.
Rimos.
Fui até o antigo quarto do Luan, onde estavam as minhas coisas. A Bruna bateu na porta.
Bruna: Posso entrar?
Eu: Pode.
Bruna: Você fez boa viagem?
Eu: Fiz, obrigado.
Bruna: Eu queria te dizer que eu agi feito criança tentando fingir que você não existia. Queria... te pedir desculpa.
Eu: Tudo bem, eu acho que te entendo.
Bruna: Mesmo? Eu não quero que você fique chateada comigo.
Eu: Tudo bem Bruna. Mesmo.  Você quer ir na ultrassom comigo amanhã?
Ela sorriu e acenou positivamente. Eu gostava dela e não queria que aquele clima continuasse.

GOSTARAM DO CAPÍTULO? DEIXEM SUAS REAÇÕES. ;) BEIJINHOS DA DAN. :)

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Capítulo Sessenta e Um



A última mala estava ficando pronta. Nela estavam as coisas que eu sempre carregava pra cima e pra baixo. As cartas que fiz pro Luan na época em que estávamos juntos só na minha imaginação e sonhos, lembranças e fotos de shows, tudo o que dizia respeito ao tempo em que eu era somente uma fã. Não havia deixado de ser, nem haveria. O admirava cada dia mais. Mas aquelas lembranças sempre me faziam bem. As noites sem dormir? Ah, elas valiam a pena quando eu o via brilhar. E o que eu ganhava? Ganhava ânimo pra lutar pelo que eu queria. Se ele alcançou, também seria possível pra mim. E foi.
Confesso que eu tinha medo de que com esse meu tempo meio parada, o meu brilho se apagasse, surgisse alguém mais interessante do que eu. Mas estava feito. E meus filhos precisavam de uma mãe presente, a mãe que eu queria ser. E eu precisava deles. Me pegava conversando com eles no meio do dia, enquanto fazia coisas que já estava acostumada a fazer sozinha. Agora eu teria companhia. Eu tinha três companheiros que ficavam comigo por 24 horas e que eu amava incondicionalmente. Quando eu pensava assim, nenhum medo chegava perto de mim. Eu os amava mais do que tudo. E mais do que tudo significava que eu estava disposta a até ter novos sonhos, se assim fosse melhor para eles.
Mas também existiam outras pessoas que eu também amava e devia uma certa explicação.

“Estou começando uma nova fase na minha vida. Uma fase que vai precisar de dedicação tripla. (rs)Essa decisão foi minha e foi tomada com muito amor. Darei uma pausa na minha carreira para cuidar dos meus pimpolhos. Agradeço MUITO aos meus fãs que sempre me apoiaram nas minha decisões. Volto assim que puder e surgir uma oportunidade. Beijos e até logo.”
(postado no Facebook)



AMOOORES, CAPÍTULO CURTINHO NÉ? MAS VEM MUUUITA COISA POR AÍ, PRINCIPALMENTE PQ A HISTÓRIA JÁ ESTÁ EM SUA RETA FINAL. D= ATÉ LOGO. O/ BEIJINHOS DA DAN. :)

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Capítulo Sessenta



(De volta ao Rio)
Edu: Então você vai mesmo?
Eu: Vou. Mas... É só por algum tempo.
Edu: Você mal começou a desfrutar do sucesso, do prestígio que você finalmente teve depois de tanto trabalho.
Eu: Às vezes por causa de um sonho, você tem que pelo menos dar pausa em outro. Ah, não vai ser pra sempre, para de drama! Eu vou voltar, só preciso de um tempo pra curtir a melhor fase da minha vida.
Edu: Dar pausa. Pra limpar fralda suja. É, um dia eu vou lá te ver fazendo isso.
Eu: Acho que essa parte de fralda eu não vou curtir muito não.
Rimos.
Edu: Nossa, três fraldas. Como eles vão mamar?
Eu: Mamando.
Edu: Mas você só tem dois...
Eu: Eu sei.
Edu: Não entendo nada de bebês.
Eu: Eu vou ter que começar a entender. Mas vai ser bom.
Edu: Você passou um bom tempo aturando bêbado chato, cliente sem-noção... Três bebês e dois peitos vai ser moleza. –rimos- Primeiro a Betina, agora você... Vocês tão me abandonando. –Ele fez bico.- Eu sinto falta de quem a gente era há alguns anos. A gente se empanturrava de pizza no domingo de noite e se matava na academia o resto da semana. Sem falar de quando você e a Betina sumiam atrás do Luan Santana e eu ficava que nem um besta preocupado.
Eu: Sempre vamos ser amigos. Nossa amizade é muito mais forte do que a distância entre o Rio, São Paulo e Londrina. Muito mais. Vai, se anima.
Peguei uma almofada e bati na cabeça dele. Institivamente ele pegou outra pra revidar.
Eu: Você vai bater em uma mulher grávida?
Edu: Sabia que você ia usar isso em sua defesa. – comecei a rir. – Tá, vai rindo. Você não vai ficar grávida pra sempre.
Eu: Você não pode me bater.
Edu: Só hoje você vence. Porque você sempre pede pra parar quando eu começo uma guerra de travesseiros.
Eu: Vou na delegacia te denunciar. –ri.
Edu: Vocês vão se casar?
Eu: Quem?
Edu: A pulga e o percevejo.
Eu: Torce, retorce, procuro mas não vejo...
Edu: Camile, é sério.
Eu: Foi você quem começou. Ah, sei lá. A gente se ama e é o que importa.
Edu: Você tem medo?
Eu: De que?
Edu: É que nenhuma das experiências que você teve com família foram muito boas.
Eu: O Luan não é igual ao meu pai.
Edu: Tá. Mas qualquer coisa, você grita.
Eu: E como eu vou gritar. Cê não tem ideia de quanto grito eu dou com o Luan. –ri.
Edu: Aff.